segunda-feira, 7 de maio de 2007

Para se tornar um emo...



achado no photobucket. ;D

quinta-feira, 3 de maio de 2007

"Senhor" Ladrão?


Dúvidas Existenciais







Se o suco de açaí é roxo, porque então o açaí é branco?

domingo, 15 de abril de 2007

a pipoca e a vida. (plagiando drummond?)

Depois de tomar leite, vi um pote coberto com um paninho na mesa da cozinha. Quando abri, eu vi que era uma pipoca que minha irmã tinha feito mais cedo. Mesmo fria e borrachuda, a pipoca da vivi é ótima, e eu não ia deixar de comer por causa disso. Na hora, não sei porque, lembrei que a pipoca da escola vem num saquinho de papel (como todas as pipocas vendidas em carrinho, dã.), mas me deu vontade de comer pipoca num saquinho. Tá: não tinha saquinho em casa - mas em que casa tem?
Num acesso criativo, olhei para o rolo de papel toalha com vaquinhas azuis e imaginei ali o meu saquinho. Fui correndo pegar o grampeador e comecei a dobrar e grampear freneticamente o papel, fazendo a maior barulheira na mesa da cozinha, que devido a minha falta de prática com grampeadores, ficou com um grampinho pregado na madeira (que mamãe não leia isso).
Terminado o serviço, enchi meu saquinho com a pipoca mais borrachuda e fui, feliz, para o quarto da mamãe assistir TV com ela, que quando viu minha obra, disse, rindo: "que criatividade!" (no fundo ela devia imaginar "que falta do que fazer").
Comi tudinho, e depois, instintivamente, amassei o saquinho.
Quando joguei fora a bolinha de papel, pensei: "tanto trabalho jogado no lixo!"
Olha só a metáfora da vida: As vezes, a gente trabalha incansávelmente em algo e um ato impensado joga tudo abaixo, todo o esforço e trabalho. Deveríamos pensar melhor antes de tomar alguma atitude, porque por mais simples que seja, pode estragar tudo o que foi feito antes. Mas geralmente não imaginamos isso, né?
Deveria eu voltar a lixeira e desamassar minha obra, fazer outra ou comprar no supermercado mais próximo um pacotinho com 100?

sábado, 24 de março de 2007



Pela janela do quarto, pela janela do carro, pela tela, pela janela... quem é ela, quem é ela? vejo tudo enquadrado...

Pôr do sol em MG - visto pela janela do carro em movimento

quinta-feira, 15 de março de 2007

O primeiro Zunido: "O E.T. e o mendigo"


~~ espero que gostem dessa crônica de Mauricio de Sousa.

Com um leve zunido, a pequena espaçonave fez um meio círculo, desviou-se de umas árvores baixas e desceu rente ao chão.
Mas não tocou o solo, ficou flutuando delicadamente por sobre a relva, distante apenas alguns metros do mendigo que dormia pesadamente num banco da praça.
A nave zumbia como uma abelha e o mendigo ressonava como um gato.
E essa situação durou alguns minutos, até que surgiu uma abertura na lateral prateada da nave e de lá emergiu uma cabeça grande, esquisita, com grandes olhos escuros e protuberâncias onde se podiam esperar cabelos.
Não chegavam a ser chifres mas faltava pouco.
A criatura olhou para um lado, depois para outro da praça vazia e resolveu descer por uma escadinha flexível que "brotou" sob a abertura.
Todo desengonçado, andando com dificuldade, chegou perto do mendigo e o tocou com um dos seus três longos dedos.
O mendigo nem sentiu o toque. Continuou ronronando como um gato.
O ser do espaço resolveu ser mais convincente e aplicou, com o mesmo dedo, um leve choque elétrico, ou coisa parecida, no dorminhoco. Que, aí sim, abriu os olhos.
Abriu e fechou mais do que depressa. Não gostou do que achava ser um sonho desagradável, cheio de monstrinhos de cabeça grande.
Um novo toque-choque o obrigou a despertar de vez, mal-humorado.
Já ia começar a reclamar contra o E.T., mas um arrepio de medo e dúvida cortou a vontade.
Resolveu é espiar a tal criatura esquisita, com a mesma curiosidade com que era observado.
E ali ficaram, mais uns momentos, até que o E.T. resolveu falar. Com uma voz que parecia vir de longe, mas clara e aguda, perguntou o que o mendigo fazia.
"Nada!" Respondeu o homem assustado.
"Que interessante! Eu faço tudo!"
"Como pode fazer tudo? Ninguém pode fazer tudo!" Irritou-se o mendigo.
"Pois se eu não fizer, quem vai fazer por mim?" Explicou calmamente o E.T.
E continuou: "Na nossa sociedade, lá no planeta de onde eu venho, aprendemos, desde que saímos do ovo, que nossa sobrevivência depende, basicamente, de nós mesmos. Há regras sociais, um sistema de governo que cuida para que o planeta não sofra nenhum tipo de ameaça, mas já nascemos sabendo de nossas obrigações e deveres. Sem o que, nós ou nosso mundo não duraríamos muito tempo!"
Seguiu-se um momento de silêncio, de dupla observação para em seguida falar:
"Como pode este planeta tão bonito, com tanta vida, ficar nas mãos de quem não faz nada, como você? Porque, segundo nossas cartas astronáuticas, você representa a raça dominante e isso tem preocupado a Confederação Planetária! Pois a continuar assim, sem que se faça nada para conter a poluição, as guerras, a pobreza, a miséria, o planeta se destruirá como fonte de vida ou se tornará uma ameaça bélica para toda a constelação!"

"Ah! Então eu represento a raça dominante na Terra? Vocês, monstrinhos do espaço acham isso, mesmo?" Admirou-se o mendigo, com um certo sarcasmo.
"Está escrito em todos os relatórios que temos recebido das patrulhas de investigação que visitam o seu planeta há milhares de anos!" Explicou o E.T.
"Eu, por outro lado, já faço parte de outra divisão: a de desintegração. Estou aqui para a última tentativa de acordo com sua raça, antes da anulação do planeta!"
"Está bem. Estou disposto a ouvir e a negociar. O que temos que fazer para evitar essa tal... anulação? Imagino que seria o fim da nossa raça, não?"
"Da raça, do planeta e da sua história. Para se evitar o perigo de suas idéias, costumes, falta de responsabilidade, contaminarem outras sociedades planetárias!" Explicou solenemente a criaturinha do espaço.
"Estamos dispostos a mudar. Não gostaria de ficar sem ver as coisas boas que ainda sobraram no mundo!"
"Ainda sobraram coisas boas neste mundo deteriorado?!" Admirou-se o E.T.
O mendigo varreu o horizonte com um olhar perdido, meio sorriso nos lábios, e começou a falar baixinho, quase carinhosamente: "Vê aquelas crianças brincando ali perto do lago? São criaturas inocentes, à espera somente de carinho, amor, orientação dos pais, para crescerem fortes, sadias e confiantes no futuro. Serão cidadãos responsáveis pela preservação do meio ambiente... como já devem ser também aqueles dois jovens que estão namorando naquele banco, ali adiante. Para eles, o mundo está colorido com todas as tintas do arco-íris. E o tempo que virá, será o berço de todo amor que está brotando nos seus corações!"
O E.T. ouvia, entre admirado e curioso.
"E mais adiante há um prédio grande, moderno, você vê? É uma nova escola que está ensinando tudo o que as crianças e os jovens precisam saber, para melhorarem a qualidade de vida, para entenderem nossa história, para cultivarem nossos costumes, nossa cultura, para aprenderem a usar a tecnologia com ética, com respeito às leis da natureza, enfim, para crescerem e transformarem seu mundo - nosso mundo - num exemplo de ordem e progresso humano!"
Seguiu-se um momento de silêncio até que o mendigo virou-se lentamente, encarou o E.T. e disparou: "...E você tem coragem de falar em destruição? Destruir toda essa esperança plenamente alcançável?! De que espécie de raça são vocês que fecham os olhos para estas buscas e preocupações da nossa gente e me vêm com ameaças de destruição? O que fizeram, até hoje - já que andam por aqui há tempos - para nos ajudar nas nossas necessidades? Se não nos ajudaram até agora, então não nos atrapalhem!"
E virou as costas para o E.T. e se esticou no banco, de novo. Para mais uma soneca ou para o sono final.
Mas não podia evitar; o coração estava aos pulos.
Ficou atento, "ouviu" o silêncio do E.T., depois percebeu que ele se afastava e em seguida o ar se inundou com o zumbido da nave que se ligava e afastava.
Quando virou o rosto, ainda temeroso, estava sozinho.
As crianças, ali adiante, já estavam sendo recolhidas pelos voluntários para voltarem ao orfanato, os namorados tinham saído cada um para um lado depois de uma séria rusga, a sirena do grande e moderno presídio, ao longe, soava alertando para nova tentativa de fuga e os alto-falantes em volta do parque anunciavam que o ar estava péssimo, quase beirando o nível de alarme.
O mendigo levantou-se, lentamente, e caminhou em direção a um templo próximo.
A nave vazia o recebeu com uma claridade estranha.
Ajoelhou-se e voltou, depois de tanto tempo, de tantos desvios, a conversar com Deus... pedindo luzes e força para ajudar a tornar realidade tudo o que contara ao E.T.

zummmmmmmmm

esse zunido ainda vai te incomodar...